A gordura como subversão

domingo, 31 de agosto de 2008

Há algum tempo penso que ser gordo é ser um outsider.É ser uma pessoa que literalmente estoura os padrões, que choca os manequins 38 com sua fartura e abundância. Observo que grande parte das pessoas falam dos gordos com uma crueldade quase assassina. Como se fossémos criminosos, cometedores de crimes hediondos.

Observo isso com alguma agudez, porque sou uma ex-magra [e quando era magra, nem sabia que era].É. Uma ex-magra no tempo em que todo mundo deseja ser ex-gordo. OK, não vou ser cara de pau a ponto de dizer que engordei porque quis. Não foi assim. Mas ao contrário do que o senso comum ordena, não penso que 'embagulhei' por ter engordado, sinto-me mais bonita e mais livre para viver meu corpo e com meu corpo do que quando tinha 'barriga quase zero', cintura fina e (sempre tive e terei) bunda grande [quem conhece minha história conhece os fatos que comprovam essa afirmação... *risos*]

É ruim demorar a encontrar uma calça jeans? Óbvio que sim. Mas assim como as dietas infernais,os comentários infelizes e as ginásticas espartanas, modelos de roupas escrotamente não pensados para a diversidade fazem parte de um emulduramento estético e por sua vez cultural que pira um monte de gente. Quem ultrapassa, está necessariamente errado. Discordo.Existem gordos feios e bonitos, magros, negros, brancos, altos, baixos, gays, heteros e toda a sorte de gente de todos os jeitos.

Tenho acompanhado diversos fóruns, entrevistas, pesquisas, comunidades no orkut sobre essa discussão da gordura. Os cientistas sempre apontam a gordura e o sobrepeso como principais causas de um monte de coisas e doenças. Não sou cientista, não sou bióloga e nem médica, mas uma coisa eu vi bem de perto aqui na minha família. Vi mulheres lindas, grandes, gordas adoecerem e quase morrerem porque emagreceram. E não eram adolescentes inconseqüentes e nem mulheres malucas em busca de um corpo perfeito. Fizeram acompanhamento médico, regularidade da alimentação, tudo direitinho pra emagrecer para melhorar a saúde. No entanto, o tiro saiu totalmente pela culatra. A magreza pode ter trazido tudo, menos a tal saúde.

Alguém pode dizer que isso são casos isolados, ou até mesmo duvidar da sua existência [todo mundo é livre pra pensar o que quiser, né?], mas me coloca para pensar. Se a natureza é tão diversa, porque todos os corpos devem necessariamente funcionar de modo igual? Porque o que serve pra mim TEM que servir pros outros? Isso te cheira a algo estranho? Pois a mim sim. Não to fazendo apologia a diabetes, nem a hipertensão, ou coisa que o valha, mas pensando que a beleza do mundo tem diversas formas, cores, pesos, alturas, entre outras infinitas variáveis.

Feliz.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Ah, o amor...
...faz a gente cometer loucuras,dizer bobagens,se deixar levar sem querer pensar em nada...pelo menos é o que normalmente acontece,mas não é geral,padrão.Tem gente que ama diferente,ama primeiro à sí mesmo ou primeiro às outras coisas...
O amor me faz perder noção de presente,me faz querer esquecer o passado e sonhar com um futuro cor-de-rosa e anil.
Já fui pior,bem pior.Hoje me acho até mais controlada.
Já amei desesperadamente de chorar a existência do meu coração que doía sem parar e sem motivo.Hoje,amo com felicidade,com prazer,buscando amor de volta e não sofrimento.Amor tem que ser leve,tem que fazer bem,fazer sorrir.
Muitas vezes nos acostumamos com a idéia lá da adolescência de amor aliado a sofrimento,um tempo depois a gente descobre que isso não é amar ou continua amando torto desse jeito.Parei de amar torto.Pedi pra mim um amor simples,calmo,companheiro,feliz e fui atendida.Não choro mais a existência do meu coração...rs...aprendi a usá-lo da maneira certa pra me fazer feliz e acho que estou no caminho certo.É isso,aos 11 anos a gente deveria ganhar de presente um manual de uso do nosso coração,nos pouparia de muito sofrimento e decisões mal tomadas.
Devo até me conter um pouco nessa coisa toda de amar com felicidade...só estou vivendo isto há um mês...rs...mas tenho em mim marcas de meu passado e de impulsos apaixonados e sei bem que o que tenho agora,ainda que há pouco tempo,é bem diferente do que qualquer outra coisa q tenha vivido.
Mas,é isso...o amor me fez apagar posts anteriores,e isso por si só já sinaliza q esse meu amor talvez não seja tão saudável assim...O importante,eu acho, é que eu estou tentando.Buscando pra mim a minha paz,evitando situações de sadismos tão comuns nos relacionamentos...ainda que me veja várias vezes caindo nas mesmas armadilhas...rs...mas ,vou tentando e acho que ando conseguindo.

Enquanto as "chattinhas",andamos meio por aí,soltas,tinha e bel num projeto profissional,eu nessa vida de sempre (de tentativa em tentativa),e a "outra", feirense,anda por aí ...rs...mizeravona,tirando onda e sendo feliz tb...xD
bjinx e até mais.

Celibato intelectual ou algo que me valha.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Passada a euforia de ter feito 25 anos e a descoberta de que é tão normal quando fazer 24 ou 23, salvo por algumas linhas de expressão no canto dos olhos - segundo minha própria mãe, do exercício do sorrir: sim, minha mãe me disse que eu sou feliz, e isso muda muita coisa, meu pé-de-galinha passou de tenebroso sinal de idade para uma orgulhosa prova de que eu não sou essa psicomaníaca depressiva a qual às vezes eu acredito ser, ou me fazem acreditar que eu seja - me encontro em meio a um dilema existencial daqueles de inspirar roteiro pra Sofia Coppola. Após mais uma daquelas, bem, como dizer melhor... baldeadas de água pela cara, resolvi acordar pra vida e vi que eu só tenho dois caminhos a seguir: ou eu me solto de vez na vida e triplico minha quilometragem, ou eu entro no que apelidei carinhosamente de celibato intelectual.

Não sei, necessito dos dois. Pra me sentir viva, pulsante. Quero meu cérebro pulsando, e eu voltando a ser aquela pessoa brilhante da qual tantos professores meus já se orgulharam, de brilhar os olhos, mas não por eles, por mim. Por outro lado, gostaria de me sentir viva, pulsante, escolhendo o lado para o qual eu devo, bem... emanar mais simpatia. Sinto que as duas partes de mim estão murchando, e por minha causa, por justamente me sentir um pouco estafada de nadar contra a corrente e de apontar o dedo para onde não devo.

Nem assoprei velas esse ano, mas eu tenho certeza que é culpa dos pedidos específicos que eu faço quando eu inicio o ano. Parece coisa de menininha adolescente que faz aquelas simpatias de revista de menininha adolescente, de mel no papel na lua cheia e pétala de rosa na lua nova, enfim... mas os pedidos são sempre específicos. Talvez se eu generalizasse mais, pedisse um emprego bom, ou uma pessoa boa, ou uma viagem legal, eu não sofresse tanto. Mas sempre programo tudo na expectativa de que meu pedido seja atendido por inteiro e na íntegra, com todos os pontos e todos is. Maldito idealismo meu.

Talvez seja ideal eu me fechar no celibato intelectual mesmo. Livros, poeira, papéis, e meu lindo par de óculos que, de tão lindo, não uso publicamente há alguns anos. Mas isso não seria em um sinal panfletário de revolta nem nada parecido, é que eu realmente preciso de uma medida drástica, ultimato. Para ver se alguma coisa muda. Sabe quando você se sente nervoso, agoniado de tanto dizer "tudo na mesma"? Ou, parafraseando a mim mesma, "que...". Em meu celibato, eu vou produzir muitas coisas. Textos, artigos, coisas legais, e sempre que alguém me perguntar "e aí, o que tem feito?", eu vou dizer "escrevi um artigo", ou "escrevi uma crônica", ou meu sonho de vida, "estou escrevendo meu primeiro livro".

Será que minha vida é realmente fadada a estar presa dentro de mim, das minhas divagações e no que eu idealizo p'ra ela, ou um dia ela poderá sair de dentro de mim batendo asas e quando ela chegar, milhas à frente, olhar para mim e me chamar, mas em um gesto tão inesquecível que me faria correr todas as milhas em uma velocidade de tufão sem cansaço, só pelo simples gosto de correr atrás do que me move, do que me chama, do que eu realmente persigo? Detesto ter que pensar que a uma altura dessa eu ainda não sei o que eu quero, embora ninguém nunca saiba. Quero escrever um livro, quero correr o mundo e colecionar paixões, quero emanar simpatia para aquele que eu escolher. Mas o que fazer quando nossa relação com o óbvio se encontra tão fraca a ponto de você tomar cuidado com o elo que une ele a nós, uma vez que um grito mais alto de euforia ou desespero pode transformar esse elo em pó?

Sinto-me fraca, incapacitada, burra, desmotivada. Upgrade... mais que necessário. Ainda bem que meus pés-de-galinha me fazem sentir menos pior... Quanto mais o tempo passa, menos vontade eu tenho de cirurgia plástica. Alguém quer comprar um Renew?

 
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