Pensamentos nefastos numa noite apática.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Ontem eu tomei um bolo - quem sabe um fora, quem sabe - o que me fez acordar com pensamentos esquisitos hoje, que refletiram em várias coisas durante o meu dia. Cada merda que acontece, eu decido de uma vez por todas que não vou pensar demais, que vou deixar rolar, mas não adianta, eu sou do tipo idealista mesmo e fico confabulando como será meu sábado, meu domingo, enfim. E detesto quando eu estou cheia de expectativas pra alguma coisa e a mesma dá errado, enfim, que o diga meu braço dolorido de carregar tantas apostilas para concurso, o pior é o desperdício de tantas boas intenções, mas voltando ao ponto principal do que eu gostaria de desabafar pro mundo...

Eu tava olhando o orkut da última pessoa que me aturou na vida durante um tempo considerável - considerando que eu não mudei muita coisa dos 16 anos para cá - e por um momento eu invejei mesmo a felicidade dele com a atual namorada dele, burrinha, mas bonitinha. Invejando mesmo, sem tirar nem por. Invejando o quanto que ela está próxima da família dele, os sorrisos, a burrice dela. Tive vontade de experimentar ver se acaso eu procurasse ele de repente, se ia mudar alguma coisa, destruir a felicidade deles (ou me enfiar num buraco sem fundo, se caso ele preferisse a "burrinha, mas bonitinha" dele), mas lembrei que nos magoamos muito e que eu fui realmente brutal nas coisas que fiz, no que fiz ele passar, a desmoralização dele na frente dos amigos, muita coisa chata.

Juntando os acontecidos nessa época, e fazendo um balanço com a quantidade de foras sutis ou estarrados que eu tomei esse ano, eis que eu penso: será que eu sou um peso? O que há de tão pesado em mim, mesmo quando eu fico cheia de firulas em dizer o que penso, o que sinto, como agir e outras coisas. Cansei de ouvir que eu sou "demais" me olhando no espelho e vendo uma pessoa normal, com inclinações tanto ao extraordinário quanto ao fútil, quando ao meu redor muitas pessoas fúteis, fracas, fáceis e feias (não num sentido estético) vivem ostentando sorrisos e esfregando em minha cara espólios de conquistas como se eu não fosse capaz de conseguí-los, e no fundo acho que realmente perdi essa capacidade.
Falo do coração? Falo sim. Não que seja algo crucial vida-ou-morte, mas é que apesar de me prometido que não ia dar tanta atenção a isso, na medida em que a quilometragem sobe, a auto-estima desce, sendo que a quilometragem sobe num sentido da busca, da procura da tão almejada paz.

Tento ser legal, ser carinhosa, atenciosa, me forço a fazer coisas que não são da minha natureza, mas no dia seguinte tenho que me contentar com o vazio, com olhar o celular 5 mil vezes por minuto e ver que nada acontece, e sentir a alma murchar, murchar, murchar. Devo ser realmente uma pessoa muito azarada, ou estar cumprindo um carma desgraçado de outra vida, mas não sei, sem querer ser determinista ou apocalíptica, talvez minha paz deva ser buscada por outros meios que não sejam uma quietude de coração. Porque quando eu penso que engata, de repente (vide postagem anterior, todo prafrentex), faltando uma hora pra engatar, tudo dá errado.

Em um momento de minha vida, cheguei a acreditar que tudo dava errado em questões sentimentais porque meu ex-namoradinho teria jogado uma praga daquelas que eu nunca mais encontraria alguém depois do que eu fiz com ele. E não sei, como sou meio masoquista, acho que ainda tendo a crer em algo nesse sentido. Mas hoje, vendo ele, vendo o sorriso dele com os dentinhos separados, me deu uma nostalgia barata daquelas que você quer estar no lugar de quem faz o seu passado sorrir, mesmo sabendo que a merda foi você quem fez... e por um momento, juro, que quis ser loura e burra, mas que ao menos tivesse a leveza que qualquer um precisa, ao invés de ficar me preocupando e medindo meus atos sem que eu perca meu quê de autenticidade e por isso mesmo, me tornando uma pessoa artificial.

Estou escrevendo essa postagem e ouvindo a trilha sonora de Elizabethtown, um filminho de Cameron Crowe. Não sou dada a comédias românticas, mas esse filme introduziu um conceito em minha vida que diz muito sobre minha situação, o de pessoa substituta. Aquela que está em algum momento da vida de alguém suprindo alguma necessidade que uma outra, ou algo, deixou, ou quando a necessidade é grande (me ajude com isso, veja isso pra mim, me faça um favor). É assim em casa, na rua, na chuva ou na fazenda. E já disse que não é uma visão determinista, nem que eu estou feliz em ser assim, não, me incomodo de não poder ser "eu, ser assustador" o tempo inteiro. Não fui feita para medidas, e não sei qual mundo me acolherá.

3 comentários:

Anônimo disse...

É duro sim ver a felicidade do outro, quando estamos nos sentindo infelizes. Também tenho a sensação de que jogaram uma praga em mim. Tenho pensado muito nisso,mas acho que isso só vai passar a hora que eu parar de pensar nisso e passar a viver a minha vida, independente da dos outros.

Anônimo disse...

Hj tive um sonho, e foi estranhíssimo qdo li seu post, pq o sonho era bem assim... meu ex com uma loira burra. O pessoal fala q ele terminou comigo pq eu tendo a ser auto-suficiente, não precisar tanto do cara e pq entrei na facul, tava tirando carta. Ele teve q parar a facul, se sentia subestimado, enfim, baboseiras para as quais eu mal ligava. Mas se ele deu importância...
Acho q todo mundo precisa de uma boa dose de solidão, tô curtindo a minha, com todas suas vantagens e desvantagens, com o vazio e a sensação de eternidade q ela proporciona. Acho q só assim eu vou saber dar valor ao contrário dela.
Ah, xuxua, e as pessoas geralmente preferem o mais fácil: a mulher mais manipulável, mais próxima, mais dada (hehehehheh). Enfim, não sei ao q vc se refere qdo diz q errou, q fez algo com ele, mas ainda assim, nunca um fim é feito de um motivo só.

Bjos

Anna O.
Divã Rosa Choque

Carrie disse...

olá! achei vcs no divã..curti o comentario lá..passei por aqui e curti também..
é engraçado como as histórias das outras blogueiras parecem tanto com as nossas! somos todas iguais?outro dia entrei no orkut do meu ex-namorado. Minha grande paixao da adolescencia. foram só 4 meses de namoro e ainda ontem ele jurava que não foi um "namoro", e sim uma "ficada" e eu morria de ódio dele por isso! Acontece que eu sempre ia bisbilhotar a vida dele e me colocava no lugar da namorada insuportavel dele, e sentia inveja mesmo, do namoro deles, mesmo tendo o meu!

eis que esses dias eu entro..e não vejo mais fotos dela...pelo contrário..dele em baladas e tal..achei estranho e dias depois amigos em comum me disseram que a namorada de 4 anos e meio, pela qual ele literalmente "me largou"...trocou ele por um loirinho com gelzinho no cabelo...

pensa na minha auto-estima lá em cima?

bjinhus
(linkei no meu...pq adorei desabafar aqui..rs)

Carrie*

 
by Templates para novo blogger