Experiências

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Depois do fim de um relacionamento, ou melhor, do relacionamento mais longo que tive, resolvi (não sei se este é um bom verbo, me pareceu muito resoluto, consciente demais pro processo que foi.. mas por hora, deixa assim mesmo), abrir possibilidades e transformar a minha vida numa espécie de laboratório afetivo, onde fiz algumas experiências, algumas surpreendentes, outras decepcionantes. Fui magoada, magoei, me deixei magoar. Fiz escolhas equivocadas, tentei consertar, nem sempre deu muito certo.

Só que mesmo com estes percalços, tive momentos maravilhosos, surpresas doces, luares, risos indiscretos e quase indevidos, olhares ternos, conversas especialíssimas, banhos de chuva, compras veterinárias, camarins chiques, shows lindos, beijos cálidos, noites/ dias tórridos, pôr do sol, salsas, merengues, afoxés, sorvetes de morango, forrós interestaduais, carnavais loucos, entre muitas histórias, que me fizeram crescer e com todos os defeitos e acertos, ajudaram a me transformar nessa mulher que sou hoje.

Não nego que assim como as meninas, minha reflexão foi baseada no texto das flores e do baobá. Ele me fez pensar muito na minha trajetória, e perceber que ela foi bem florida, cheia de cheiros bons e de beleza, mas ao mesmo tempo, já é chegada a hora de estabilizar, o que não significa querer casamento e filhinhos – pelo menos não agora, mas deixar aflorar a possibilidade de uma história mais comprida, com outros tipos de complexidade e de felicidade.

Penso no meu romantismo cético, (segundo um grande amigo meu) que um relacionamento não é a fonte de alegria e salvação na vida de ninguém, e, portanto, não deve ser também o inferno. É uma parte da vida, que é importante, porque, obviamente não dá pra viver sem afetividade. Seres humanos são bem mais complicados do que gostaríamos. Não dá pra elidir aquilo que por algum motivo está dando errado na vida.

A vida se faz de escolhas, e deus sabe o quanto é difícil mudar e abrir mão dos fantasmas que me ferram ao mesmo tempo em que me consolam, gastando minha energia com coisas que não existem mais, só na minha imaginação nos dias em que a costela tá mais fria. O que foi, foi... Já deu o que tinha que dar, ainda que eu em alguns momentos deseje fazer diferente o que já virou história e sendo assim não tem como mudar, é aceitar o fluxo e transformar no processo...

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