Verdades incovenientes e outras verdades.

sábado, 26 de abril de 2008

Às vezes eu acho que eu sou imã pro inusitado. Quando eu me dei conta, ontem, eu estava numa mesa com dois ex-namorados meus. Homens que eu posso dizer de boca aberta: me arreei aos quatro pneus. De um, fiquei muito, muito amiga da atual namorada. O outro, ao me permitir um contato à moda antiga anos depois, percebi (acho que foi meio recíproco) que nascemos um pro outro, apesar de sabermos nós dois que isso nunca vai ser possível.

Mas o que eu quero dizer com essa conversinha... O tempo muda tudo. O único que possui poder de transformar os sentimentos e fazer com que você olhe para trás tempos depois e se sinta ridícula – sendo que especialmente naquele momento, naquele dia, você acreditava que estava com a mais repleta razão do universo. O tempo teve o poder de me transformar de rainha soberana da situação em uma boba-da-corte de galocha. E eu percebi o quão desnecessário às vezes é ficar batendo em ponta de faca, perdendo dentes por coisas que sabemos que em mais tempo, menos tempo, vão passar, e vão ser motivo de, sei lá, riso, chacotas ou afins.

Voltando ao caso específico dele, incrível. Não sentia nada que lembrasse todo aquele amor cansativo que eu tinha, não, só conseguia lembrar nas nossas brincadeiras de mau-gosto, do tempo que perdíamos comentando sobre filmes, sobre música, de troca de conhecimento, e me diverti bastante em saber que nós nos conhecemos ainda! É, passaram-se anos, as configurações mudaram mas as convicções são as mesmas, o que significa que as pessoas são ss mesmas. Sem mitologias, acho que acreditar no Eterno Retorno é uma perda de tempo significativa. Mas eu pensar nisso agora, quanta hipocrisia, tanto que eu perco meu tempo pensando em ‘e ses’... Voltemos, pois, ao que interessa.

Gosto de dias saudáveis. Ontem nós rimos como nunca mais tinha rido antes, o que me levou a pensar que se eu pudesse, nunca teria deixado mudar nada, nem acontecer o que aconteceu, enfim. E relacionei esse fato com o meu presente, e vi que isso é típico em mim. Isso de botar tudo a perder. Isso de egoísmo. Mas paciência! A vida é minha, quem toma na cara sou eu, se eu aprendesse, seria ótimo, mas existe um quê de tesão em saber que amanhã isso que eu faço hoje pode me render bons momentos como o que eu tive, do que levar uma vida inteira na mesmice e não ter cometido nenhum errinho que me levasse a chorar, a questionar pela verdade das coisas, a questionar o porquê de tudo... Melhor do que levar as coisas numa possível neutralidade que não existe.

Vou lembrar de ontem com muito carinho para sempre. E espero que todos os outros erros que eu cometi me tragam momentos como esse num futuro breve... Onde só o que vai importar é a cadência da conversa e quantas ainda faltam para completar a tal da grade.

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