Não quero flores, quero um baobá

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Descobri hoje que tenho inveja dos casais que andam juntos, de mãos dadas pela rua. Não uma inveja direta, mas uma inveja da situação. Minha vida é feita de relações falidas. Tenho dois pretendentes do outro lado do Atlântico, ambos me tratam como se eu fosse uma rainha e me prometem amor eterno. De certo, são mais presentes que tantos outros... mas eu queria viver o presente, não fazer coisas pensando no que posso viver daqui a alguns anos.
Tenho o dedo torto para escolher, mas por outro lado, eu noto um desinteresse latente por parte dos outros com relação a mim. E eu não sou esse tipo de pessoa, desinteressante. Ao contrário, geralmente é o que mais eu ouço: 'você é uma mulher da porra!' ou tipo, 'você é a mulher mais inteligente que eu já conheci'. Não, agradeço e tudo, mas preferia ouvir 'você foi a mulher mais gostosa que eu já conheci', ou 'passaria o resto da minha vida com você', e afins.
Minha inteligência não me trouxe nada mais que dois cursos superiores até hoje, e um punhado de amigos, e outro punhado de invejosos. Fora os amigos, nada que eu possa me orgulhar com sangue. É complicado para garotas no clímax da juventude, como nós que vos falamos, não poder aproveitar a época de ouro da vida, da beleza, do furor, e dividir isso tudo com alguém que realmente saiba aproveitar o que temos de melhor. Eu não sou pior que ninguém, não! Reconheço que sou melhor que muita gente. Espero que minha ruína não esteja aí.

Li um texto muito pedagógico hoje, tipo, ele bem utilizado pode ser empregado a qualquer uma que se encontre numa situação similar à que vivo...

NÃO QUERO FLORES, QUERO UM BAOBÁ!
Quero um homem que deseje meu corpo de curvas roliças, meu cabelo que cresce para o alto, minhas ancas largas para guardar filhos e meu cheiro forte de mulher preta.

Não quero flores, quero um Baobá!
Porque a minha boca carnuda, para o meu amor, deverá ser objeto de desejo e deleite, quero que o meu homem entenda o meu jeito de fazer as coisas como os "Os modos de uma rainha caprichosa", livre do pensamento imediatista, plantado em nós pelo colonizador.

Não quero flores, quero um Baobá!
Para que o meu amor saiba que meus seios fartos, além de alimentar
crianças, alimentarão cumplicidade de marido e mulher. E meu corpo, Ah! O meu corpo, tanto quanto o meu homem seja merecedor, será a morada do seu prazer, alento e conforto.

Não quero flores, quero um Baobá!
Porque com meu homem quero construir uma casa, ter um lar, cuidar das plantas, perder noites de sono com as crianças, sonhar juntos
e dormir empernada nas madrugadas frias...

As flores têm vida curta. São vulneráveis ao frio, ao vento, à chuva, ao sol...
O Baobá se ergue em terra firme. O sol e a chuva o tornam frondoso e abundante... Ele pode não trazer o perfume e a beleza das flores, mas tem força, longevidade e sob sua sombra, eu posso abrigar todos aqueles que são meus.

Não quero flores, quero um Baobá!
Urânia Munzanzu

Quero poder sentir meu sangue palpitar e minha espinha gelar novamente. Do contrário, acho que virarei uma pedra. Não gente.

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