sábado, 31 de maio de 2008

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
(Futuros amantes - Chico Buarque)

Sábado, maresia noturna... tô eu aqui escrevendo o memorial pra qualificação já marcada para o dia 24/07 (ai que medaa!), ouvindo um compilado gigante de "modern jazz" que eu achei pelo emule... quando de repente, não mais que de repente, de repentelhos, lembro-me dessa música na voz de Gal Costa.
Não sei direito porque isso aconteceu, sei que me deu vontade de vir aqui no blog. Ai descobri os últimos textos, e lembrei de quanto tempo tem que não escrevo nada de 'vida normal'.
Aliás, desde ontem tenho tido rasgos de experiências de 'vida normal', quer dizer, fazer coisas não necessariamente ligadas com trabalho, o meu trabalho louco de aspirante a historiadora que apaixonadamente consome o meu tempo. Mas voltando a vaca fria, sempre gostei dessa música- ela me traz uma nostalgia de um tempo que não vivi, e lembranças de um futuro que não se concretizou.. é estranho, só que não sei colocar de outra forma.
O amor é de uma ansiedade estranha. Independentemente de 'termos alguém" ou não, a presença ausente desse sentimento é sempre presente, e de algum modo a música me remete a isso. E também a um amor platônico que depois de sair da adolescência, resolvi ter. É mole?
Tô começando a perceber que as instabilidades da adultoscência podem ser bem mais non sense do que eu imaginava Não se afobar, não ter pressa, saber esperar, mas esperar o quê, pombas? Mainha diz, que pra quem ta perdido, todo mato é caminho. Contudo, pra quem não tem as armas de Oxossi, o mato pode ser um caminho bem complicado e doloroso. Temos todos que abrir nossos espaços, mas é preciso ter ferramentas para tal. E uma perdida na vida não tem isso. Digo perdida não no sentido de ‘perdição’, mas no saber seu lugar no mundo. Parece que a vida toda é uma busca por esse lugar, pelo caminho pra chegar lá.
Só que se ‘o caminho se faz ao caminhar’, não tem lugar pra chegar, não tem par pra encontrar, tem só o processo, o fazer e os companheiros de estradas. Não acho que isso resolve o impasse, pelo contrário, cria outros, especialmente os de sintonia, que nos fazem perder o tempo de algumas coisas.
Parece ser necessário saber equilibrar a leveza e o peso, saber equilibrar-me entre as minhas levezas e os meus pesos, pra que possa andar com minhas próprias pernas, pelos caminhos, desde que eles tenham coração...

1 comentários:

Thiago Pacheco disse...

E eu pensando que era complicado né???
As vezes ser o "emo"(¬¬') da familia é bom, tenho os mesmos medos, mas com dois goles de cachaça na mente, um papel e uma caneta, essas coisas saem da mente bem mais facil...

E em relação a amor, bem... as coisas estão acontecendo, talvez o emo core da famila (¬¬'³³³³³³³) apareca com uma figurinha linda em breve!
kkkkkkkkk

mas até lá, fica a expectativa...
XD

 
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