E aí, você faz análise?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Aprendi essa semana a nunca mais confiar em alguém que faça terapia. Se você, caro leitor, faz terapia, me perdôe, mas todas as minhas tentativas de me relacionar, não importa em qual âmbito afetivo, se de amizade ou algo mais, foram frustradas. Mas é sério. Uma pessoa que precisa pagar para conversar com um estranho pelo simples fato de procurar entender o que acontece dentro de si mesma, bah, me poupem. Já pensei em pagar um analista para mim, não vou mentir, mas confesso que ainda não o fiz até hoje pois iria me sentir ridícula, fraca, incompetente demais. Me perdoem também todos os estudantes de Psicologia, que precisam dessas pessoas para que um dia possam colocar o pão e o nescauzinho na mesa para seus bacuris. Mas, o teste de qualidade, daqui para frente, será: "e aí, você faz análise?"

Fatos da vida. Há uns 3 meses, conheci um cara. Poxa, que legal, de início sabia que nos daríamos muito bem, parecia uma luz no fim do túnel, para alguém curando dor-de-cotovelo por causa de uma paixão besta pelo melhor amigo e, por outro lado, com um noivo do outro lado do Atlântico (vai, diz, Maria Quitéria do meu lado é fichinha, haja senso heróico para conseguir viver desse jeito). Mas enfim, por essa pessoa em questão, eu juro, eu largava todos eles, ele me pareceu tão... fresco. Mas, fazia terapia. E me disse no primeiro encontro que era problemático. É pra isso que serve a terapia, para tornar pessoas problemáticas mais sinceras e assim melhorar o relacionamento delas com o mundo? Perdeu, preiboi.

O preiboi em questão começou a rixar comigo porque eu perguntei a ele (tudo bem, de forma um pouco calorosa demais, deve ser um problema de pessoas que fazem terapia também, elas aprendem a ser frias como seus terapeutas), mas de uma forma minha, sabe, autêntica... esse fato rendeu um post aqui, mais antigo, que por sinal, vou apagar, pois não sei se eu sou realmente muito volátil ou muito passional. Vou acreditar no segundo. Se assustou, se assustou por ter uma pessoa "half-falling-in-love" por ele. Será que dizem isso na terapia também? "Você é um verme, você é estranhão, que diabos você está fazendo aqui, você não pertence a esse lugar, se mate, ninguém nunca vai gostar de você"... Essa minha última colocação foi condenável e infantil, mas poxa vida, convenhamos... Mais infantil talvez seja você se descobrir excluída do messenger sem ao menos ter tido uma explicação plausível, por mais que essa fosse um "vá se foder", odeio, odeio covardia. Por isso não vou ao terapeuta, porque eu acho que eu posso resolver todas as merdas da minha vida. E uma pessoa que me disse tantas, mas tantas coisas sobre "peso", "leveza", "fluidez", "Nietzsche", bah! Tão cheia de axiomas, de verdades, e não sabe mandar ninguém tomar no cu por defender algo que é seu.

Me ligou depois que eu mandei um e-mail dizendo que para uma pessoa tão cheia de princípios, ele tinha ido muito mal. Me ligou, dizendo que eu não sabia nada da vida dele. Bingo! sei o suficiente. Sei que vai ao terapeuta há 5 anos. Que é um homem que não sabe lidar com os próprios problemas, que se esconde de si mesmo e dos outros, e que, veja só, sentiu medo de mim, porque eu irradio calor demais. Sinto? Muito, por ele. Por mim não, eu sou uma mulher resignada, de cabelo vermelho, tentando ser feliz, batalhando meu lugar ao sol e dialogando sozinha com meus próprios demônios, pois eu sei que eu sou capaz. Se eu sentir vontade verdadeira de morrer, eu vou ali e tomo veneno, sem maiores preocupações. Já falei muitas vezes em ir ao terapeuta, inúmeras, inclusive com ele... Mas devo crer que Deus não faz nada à toa, e agora eu compreendi o porquê de eu ter passado por tanta tormenta em tão pouco tempo. Eu faço o que quero, e consigo o que almejo, e acabou.

PS. Não sou uma completa ignorante. Compreendo que existem patologias psicológicas, e eu acho que problemas existem unicamente quando existem essas patologias. Se você não é psicótico, psicopata, sociopata, serial killer, pedófilo, enfim, o que você precisa de fato é de uma surra de gato morto até o gato miar, procurar conhecer o sertão adentro, subir uma favela ou andar sozinho na rua de madrugada, para compreender o que é a realidade e ver que diante das dores do mundo, seu problema não é nada. Frescura, não cola. A vida está aí, é dura, mas é dura pro mundo inteiro, até para aqueles que tem que administrar 25 contas bancárias na Suíça. Menos egoísmo, mais amor próprio e ao próximo. Franqueza ao invés de sinceridade. E por fim, o terapeuta merece ganhar dinheiro, merece. Mas o mundo precisa mais de bravura que de terapeutas. E criem seus filhos nesse sentido, pois se essa geração é "prozac", a próxima merece não ser.

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